terça-feira, 17 de julho de 2012

LILITH

VI-ME arrastada
pondo um ovo
sobre o abismo
da estrada.

Já que nem sei
menos
que o anjo
que me deu
a chave dos lençóis,
orla de Deus.

Vi-me plantada
sob a grota do
inferno,
sombra do mundo,

e um divino enfermo
voou para perto
do muro
sobre a paisagem.

Era um grito fundo
que vinha
do Mar,
solidões ladravam,

arrastando as asas
avestruzes
negras
me guiaram para

um barco de vozes
que do som
brotavam
das águas.

Não me deram
remos,
mas piaram pragas,

pois um abutre
torto
era a proa
e o mote da barca.

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