terça-feira, 17 de julho de 2012

BRASÍLIA


(à família Marcelino)

A GEOMETRIA imprevista
das tuas árvores solitárias
te negava a flor e o campo
pois crescia em teus braços
uma ponte sobre o atraso
tempo envolto pelos lados
dos sem lados do vazio
dos sem barcos, que, do rio,
embarcaram sem endereços.

A geometria prescritiva
dos sem-muros descuidados
planta o sol e o ar no ocaso
com que cresce o mais do tanto
e a grinalda negativa do a mais,
pois um prédio surge intacto
desde o óbvio inventado
quando um zero surte impacto
desde o modo estupefacto
de vidraças qual varais
de vergastas qual sinais.

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